À memória dos ex-Combatentes do Ultramar
A 08 Agosto de 1961, as forças portuguesas em Angola, concentravam-se no limite de Nambuangongo, tomada pela UPA, onde entrariam no dia seguinte. A progressão para a região iniciara-se após a reocupação de Zala e Quincuzo, a 04 de Agosto. Esta é uma das páginas mais comentadas da guerra colonial portuguesa.
Não fui a essa guerra, mas interessam-me estes assuntos, a mim que sou um guerreiro gaulês. Não sei exactamente o que se passou, mas parece que foi uma chacina, bem ilustrada num conhecido poema de Manuel Alegre, "Nambuangongo, Meu Amor", contado por Paulo de Carvalho.
Evoquemos então esse dia com os tais versos do poeta-político:
Nambuangongo, meu amor
Em Nambuangongo tu não viste nada
não viste nada nesse dia longo longo
a cabeça cortada
e a flor bombardeada
não tu não viste nada em Nambuangongo
Falavas de Hiroxima tu que nunca viste
em cada homem um morto que não morre.
Sim nós sabemos Hiroxima é triste
mas ouve em Nambuangongo existe
em cada homem um rio que não corre.
Em Nambuangongo o tempo cabe num minuto
em Nambuangongo a gente lembra a gente esquece
em Nambuangongo olhei a morte e fiquei nu. Tu
não sabes mas eu digo-te: dói muito.
Em Nambuangongo há gente que apodrece.
Em Nambuangongo a gente pensa que não volta
cada carta é um adeus em cada carta se morre
cada carta é um silêncio e uma revolta.
Em Lisboa na mesma isto é a vida corre.
E em Nambuangongo a gente pensa que não volta.
É justo que me fales de Hiroxima.
Porém tu nada sabes deste tempo longo longo
tempo exactamente em cima
do nosso tempo. Ai tempo onde a palavra vida rima
com a palavra morte em Nambuangongo.
Manuel Alegre
5 Comments:
Uma pergunta: Manuel Alegre esteve lá? Ou estava na Argélia a fazer jogo radiofónico contra Portugal? Responda quem souber!
Consultem o seguinte site:
pissarro.home.sapo.pt/memórias7.htm
e verão algumas das imagens do que foi Nambuangongo.
Imagens que não necessitam de palavras!
O Alegre é tão bom poeta quanto oportunista(o caso da reforma da RTP é sintomático)!
Abaixo os chulos deste país!
Nota: os bailundos eram uma tribo de negros do Sul de Angola que se encontravam a trabalhar nas fazendas de café do Norte, tendo sido chacinados junto com os brancos por terroristas da UPA (a maioria dos homens da UPA eram originários do Congo, nem angolanos eram!!).
Para acabar, penso que devemos homenagear todos os portugueses(as) que duma forma ou doutra morreram pela Pátria!!
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