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sexta-feira, agosto 18, 2006

O Governo e o INEM

Nunca mais ouvi falar no problema da emergência médica e do transporte de doentes. Parece que o Governo quer que o assunto caia no esquecimento...

A verdade é que é impossível, numa ambulância em movimento, como dizem os técnicos, efectuar movimentos de apoio ao suporte básico de vida a sinistrados com sucesso apenas com um único técnico de saúde no seu interior.

Segundo julgo saber, o INEM tem cerca de 250 ambulâncias, das quais apenas três dezenas possuem o indispensável desfibrilador automático. Ainda por cima, estão colocados em cidades do litoral, alegadamente por causa da famosa gestão de recursos e da sua utilização em zonas com mais probabilidades de sinistros. Ok!

Esquecem-se, porém, os iluminados da racionalização de meios e da visão economicista de tudo (incluindo a saúde, como aconteceu com as maternidades) que a sua utilização é mais necessária nas zonas do interior, que estão longe de tudo e onde as viagens para hospitais (estes próprios, por sua vez, muitas vezes, com poucos recursos) são mais longas e demoradas.

É revoltante ver portugueses a lutar pela vida, agonizando encarcerados e politraumatizados, em resultado de acidentes de viação em estradas no Portugal profundo, sem socorro em tempo útil, enquanto o INEM se preocupa em disponibilizar meios para receber, por exemplo, os jogadores da selecção de futebol no aeroporto, artistas e espectadores do Rock in Rio, em Lisboa, ou outras "operações" de segurança a governantes, VIP's e todo o tipo desta verdadeira fauna humana.

E os outros que morrem nas estradas, enquanto os serviços do INEM tardam? Vale a pena pensar nisto...

3 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Sem comentários!

sexta-feira, agosto 18, 2006 1:59:00 da tarde  
Blogger Márcio said...

Desde pequeno tenho um grande fascinio pelos profissionais que trabalham no INEM, não sei bem porque, mas acho, se um dia tivesse notas para entrar na área de saúde, a 1ª escolha era sem dúvida trabalhar no INEM!
A única culpa disto é o governo, nada tem haver com os profissionais do INEM, que fique bem claro...

sexta-feira, agosto 18, 2006 10:22:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Imagino a frustação dos profissionais do INEM quando verificam que já não são necessários, ao chegar ao local da chamada.
Não há palavras para descrever a nosso (dos profissionais de saúde) sentimento de impotência, perante a morte de uma pessoa.

sexta-feira, agosto 18, 2006 11:56:00 da tarde  

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