Crónica de fim-de-semana de 1 engripado

Passei um FdS e pêras. Tipo férias ou fim-de-semana prolongado, com a única diferença de estar na cama engripado. A verdade é que não consegui recuperar desde quinta-feira, quando fiquei de molho. Hoje estou melhor e já vou trabalhar.

Ficaram-me apenas os sintomas do que senti e passei. E esses sintomas são tudo aquilo que quero recordar agora: os olhos lacrimejantes, convidando-se a fechar rumo a uma forçada indolência; a boca seca sem nada que a conseguisse alterar, a deixar-se na dormência do que já quase não sinto agora, felizmente.

O nariz tornou-se inútil, lambido de tanto lencinho de papel, quase sufocado. Tive que me entreter a seguir o torpor do sangue, escorrendo nas artérias engripadas - houve alturas que quase o consegui seguir pelo meu corpo todo -, pois os corpos ficam imensos com as derivas das gripes.

Estive longe, envolto em nada, nem gestos, nem vistas, nem pensamentos, nem intenções, apenas assim, como se fosse uma visita a mim próprio. Como se procurasse o potencial mínimo, deixando-me deslizar para a concavidade do nada.

Nota: Esta crónica que escrevi no meu leito foi inspirada nas "crónicas de fim-de-semana" que aparecem por vezes por aqui nos blogs ou nas páginas de outros diários na Internet. Bem hajam por me ajudarem nos momentos mais difíceis...

At...chimmm! Espero que seja o último por hoje!