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quarta-feira, setembro 06, 2006

O novo ano escolar (Fim)

O papel das famílias

Não quero parecer “velho do Restelo” mas vale a pena reflectir sobre algumas realidades actuais, particularmente ao papel da família na educação.

Hoje em dia, as escolas são frequentadas por uma população que cresceu sem que lhes seja pedido esforço para nada. As facilidades, a abundância e o reinado dos caprichos estabeleceram modos de vida que rejeitam a concentração, a disciplina e o trabalho.

Tudo é fácil. Ter carro de marca, casa de sonho, profissão ao gosto ou, dinheiro disponível, tornou-se miragem fácil. Nos centros comerciais há de tudo. Tudo nos é oferecido, aos olhos e aos sonhos. Para um futuro de sucesso, basta desejar. Até parece que nem é preciso trabalhar e estar preparado.

Nas famílias, alimentam-se os caprichos dos mais novos, tudo tem piada. Fazem-se as vontades à pequenada para que os pequenos não perturbem o sossego, os programas de televisão que prendem audiências.

Nesta desorientação, o Ministério fecha escolas, seguindo critérios mais centrados na poupança do que na convicção das pessoas envolvidas. Vamos ter crianças que durante o ano vão dar a “volta ao mundo para ir à escola”. Vão ser muitos quilómetros por dia, muitas horas por estradas sinuosas. São crianças cedo convidadas ao abandono das aldeias. São sementes para a desertificação total do país interior.

E as pessoas pensam:

Estudar para quê? se na minha rua conheço jovens com cursos superiores que estão desempregados e outros que andam em trabalhos precários, a fazer aquilo para o que não se prepararam. E no meu bairro há uns sortalhudos, espertos e habilidosos que cedo deixaram a escola e andam de carro de marca, sabem de expedientes e ganham dinheiro.

Vale a pena pensar no que andamos a fazer pelo futuro do país...

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Aqui em Vizela temos a escola de Montezinhos, será que esta vai fechar?
Pensem bem, se a Ministra em certos casos tem razão ou não.

quarta-feira, setembro 06, 2006 1:36:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Convenhamos que ter só meia duzia de alunos numa escola, é luxo que não se justifica.Agora,mandar crianças de meios isolados, que brincam com cabras frequentar a mesma escola de ouras que têm net em casa e jogam play station, não sei até que ponto não se sentirão deslocadas e até descriminadas.

quarta-feira, setembro 06, 2006 4:27:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

As crianças de Montezinhos, não estão assim tão longe da cidade, e também jogam play station e têm computadores e não se sentem discriminadas, mas sim ficariam integradas em escolas com todas as condições.Pois passado 4 anos têm que vir para a cidade. Aí sim, será que o sucesso escolar é bom.

quarta-feira, setembro 06, 2006 6:41:00 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

A Federação Regional de Lisboa das Associações de Pais (Ferlap) acusa a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, de estar "a jogar o jogo do silêncio".

"A informação que tentámos recolher foi-nos sempre sonegada. O director-regional de Educação de Lisboa disse-nos que a ministra não quer dar essa informação", afirmou António Castela, presidente da Ferlap.

Para o responsável, as consequências são óbvias: "Muitos pais não sabem onde vão deixar os filhos no primeiro dia de aulas".

Por seu lado, Emília Bigote, da Confederação Nacional das Associações de Pais, garante ter ouvido a ministra Maria de Lurdes Rodrigues a dizer numa reunião que "o despacho com a lista final das escolas a encerrar estaria a sair".

Francisco Almeida, do Sindicato dos Professores da Região Centro, admite que "cerca de uma centena" das 1460 escolas sinalizadas por terem menos de 20 alunos, maus resultados ou falta de condições vão acabar por manter as portas abertas por mais um ano.

"Nalguns casos porque os municípios rejeitaram a medida e em outros porque não foi possível encontrar uma alternativa entre as 800 escolas de acolhimento, muitas delas ainda à espera das obras prometidas", indica.

In www.publico.clix.pt

"Vamos fechar maternidades e escolas para aumentar a natalidade", o novo chavão do (des)governo.

quinta-feira, setembro 07, 2006 12:35:00 da manhã  

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